segunda-feira, 2 de abril de 2007

REAL, MAIS DO QUE ACTUAL



"Mais concretamente: como é possível que os traços numa tablete de argila, os golpes de pluma ou de lápis que mal se lêem, tantas vezes, numa frágil ponta de papel, constituam uma persona - uma Beatriz, um Falstaff, uma Ana Karenina -, cuja substância, para inúmeros leitores ou espectadores, excede a própria vida na sua realidade, na sua presença fenomenal, na sua longevidade incarnada e social?

(...) é a questão central, mas também a mais difícil, da poética e da psicologia."

"Les Logocrates" (George Steiner)


Não faltarão os que contestem esta opinião. Porque consideram real uma pessoa que nunca viram, do outro lado do planeta, ou que já viram e se encontra ausente que, porventura, não mais faz parte do reino dos vivos, e não atribuem nenhuma realidade ao que parece ser apenas fruto da imaginação de um autor.

E esta é ainda a problemática do passado. O passado alguma vez deixa de ser real?

1 comentários:

Anónimo disse...

Mas são os meus pensamentos e emoções sobre Kareninas do foro da psicologia?