A segunda Guerra Púnica
"Contra todas as razoáveis e ponderadas advertências de Nícias, que advoga a paz, Alcibíades desenvolve o seu emocionante e ambicioso plano de conquista da Sicília e de domínio da Grécia inteira, explicando que a expansão de um poder como o ateniense não se pode "racionar". Quem o possuir só poderá conservá-lo se o estender cada vez mais, pois qualquer pausa representará um perigo de ruína."
"Paidéia" (Werner Jaegar)
É sabido como este argumento, aparentemente baseado na mecânica (já se aplicou na metáfora da Revolução como uma bicicleta), tem servido em todos os actos imperialistas da história e inspirou, por exemplo, o conceito de Blitzkrieg, a acção que surpreende o inimigo sem lhe dar tempo de se preparar.
Explica-se, assim, a derrota dos cartagineses nas "delícias de Cápua", que se seguiu à fulgurante arremetida de Aníbal.
Mas é um argumento que ignora o efeito do tempo nos assuntos humanos e leva a que se sobrestime a importância da força actual.
A "expansão" defendida por Alcibíades só se podia conservar mediante uma força muito maior do que a necessária à conquista.
Mas que lhe importava isso, se obtivesse a glória?
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