Graham Greene (1904/1991)
Ontem, ouvi um amigo manifestar a sua convicção de que um conhecido político era agente da CIA.
Isso pareceu-me uma ressurgência do passado, em que se acusava o adversário de ter "cornos e cauda", sem que isso pusesse qualquer problema de "encaixar" o diabólico num mundo que já era politicamente maniqueísta.
Mas o mundo mudou muito. Eu é que talvez não tenha mudado tanto, porque foi com um "bloco" pouco ventilado da memória que reagi.
Se me disserem que Graham Greene, que foi um dos maiores escritores da sua língua, trabalhou para os serviços secretos ingleses, experiência que lhe terá sido, sem dúvida, muito útil para os seus romances, eu não lhe retiro um átomo do valor. Os Ingleses habituaram-nos a que se riam dos seus serviços secretos e até da sua monarquia.
Mas com a CIA é outra coisa. Lembro-me sempre dos "Três dias do Condor" (Sidney Pollack). Os americanos não sabem rir dos seus serviços secretos.
Será por isso que me parece incrível que um político e plumitivo de mérito, mesmo sendo reconhecidamente pró americano, possa "trabalhar" para a sinistra organização.
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