"O "povo do livro", nos nossos dias, é sem contestação o Islão. A ausência geral de cultura profana, de ensino superior e de sistemas de valores científicos e técnicos confere ao Corão uma centralidade, um poder na vida quotidiana, um monopólio referencial quase obsoleto no judaísmo do fim do século XX. (Ainda aí, a acre hostilidade entre o Judeu e o Árabe não é sem paradoxos.)"
"Les logocrates" (George Stein)
Essa diferença faz com que, quando um muçulmano utiliza a tecnologia e os modernos meios de comunicação, se encontre menos vulnerável a moldar a sua vida por esses instrumentos.
Por muito logocratas e influenciados pelo que, do exterior, pode parecer uma mitologia, isso não prejudica a sua relação pragmática e realista com a técnica oriunda doutra civilização.
Eis um exemplo de que as ideias e a realidade cultural se impõem às condições materiais de existência.
É talvez devido à centralidade de que fala Stein que não se pode esperar nesses países o tipo de modernização por que passam, por exemplo, a China e a Índia.
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