quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

A PROFECIA DO FUTURO


Ludwig Wittgenstein (1889/1951)

["Mas mesmo que o meu desejo não determine o que se vai passar, determina, por assim dizer, o tema de um facto, quer este satisfaça um desejo ou não." Estamos admirados, por assim dizer, não de que alguém saiba o futuro, mas da sua capacidade de fazer uma profecia.]

"Investigações Filosóficas" (Ludwig Wittgenstein)


Isto vem na sequência duma reflexão sobre a noção gramatical de ordem. De facto, parece que quando se dá uma ordem e ela é executada, estamos de algum modo a determinar o futuro.

LW precisa que não é o futuro que antecipamos, mas apenas uma expectativa (que pode ser frustrada), como facto da linguagem.

Mas então é a maior parte das acções humanas que cai no Limbo dos tropismos e dos movimentos necessários.

Só aquilo de que podemos falar (que está estruturado como uma linguagem) imprime a nossa marca no mundo.

A clássica distinção entre a paixão (aquilo a que estamos sujeitos) e a acção (aquilo de que somos a causa livre) não é incompatível com esta ideia.

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