terça-feira, 16 de janeiro de 2007

A CIDADE CELESTE


Platão

"É necessário recordar que esta cidade é uma ficção, um puro símbolo que representa a alma. Platão di-lo: "É no céu talvez que existe um modelo desta cidade para todo aquele que o quiser ver e, vendo-o, fundar a cidade do seu próprio eu." ("A República")

As diferentes categorias de cidadãos representam as diferentes partes da alma."

"A Fonte Grega" (Simone Weil)


Como nos temos de governar a nós próprios, segundo alguma espécie de justiça e para o bem da nossa alma, Platão torneia a dificuldade de cada um ser a regra de si mesmo, tomando a cidade (como a mesma questão em ponto grande, a fim de ser mais perceptível) como modelo, já que também carece de um governo e duma ideia do bem comum que oriente a vida política.

Aqui, com outro alcance que em Menenius Agripa (494 AC) que identificava as classes sociais com os diferentes órgãos do corpo para justificar uma imprescindível solidariedade, é a ideia de que a orientação para o bem é tão necessária à alma como à cidade e que, no fundo, há uma só justiça: a ideal.

Mas o ponto está nesta expressão: "para aquele que o quiser ver", que deixa claro que não há justiça nem ideal sem empenhamento da vontade.

O uníssono orgânico de Agripa não é nada ainda sem o motivo e a orientação.

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