Um "Capricho" de Goya
Resisto a empregar o termo de polémica a propósito do referendo próximo.
Em abstracto, o direito ao aborto é, decerto, uma monstruosidade. E é claro que não se trata de um direito, visto que as mais das vezes é uma fatalidade que ninguém deseja.
A chamada IVG só pode ser, assim, um caso de força maior e a sua penalização não faz qualquer sentido.
E está tudo dito? Pelo contrário, nada está dito.
No outro dia, tive uma enorme dificuldade em defender a simples dúvida, tão avassaladores são os argumentos e a "pressão paradigmática" a favor do sim.
Porque, na verdade, é isso o que se passa. Defender o não, ninguém o pode, em coerência, sem pugnar por uma reintrodução do sagrado nas nossas vidas e pela limitação do individualismo, que tudo favorece na nossa sociedade, a começar pela tecnologia.
É nestas alturas que se vê que não sabemos o que queremos.
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