Anaximandro (609/610 AC - 546 AC)
"É a partir do indeterminado que acontece o nascimento para as coisas; e a sua destruição acontece através de um regresso ao indeterminado, conforme a necessidade; porque sofrem um castigo e uma expiação umas por parte das outras, devido à sua injustiça, segundo a ordem do tempo."
Fragmento de Anaximandro, comentado por Simone Weil:
"Por outras palavras, a necessidade mecânica que determina a matéria, encerrando uma espécie de Nemésis pela compensação mútua das rupturas de equilíbrios, é uma imagem da justiça divina. Platão mantivera esse pensamento. A nossa ciência perdeu-o, cortando assim todos os laços com a vida espiritual."
"A Fonte Grega"
Simplesmente, esta ideia da justiça não decorre, segundo Werner Jaeger, por exemplo, da contemplação da Natureza, mas é a transposição da noção do direito e da justiça desenvolvida na experiência colectiva da pólis.
Parece, assim, que a ciência moderna, virando as costas a essa justiça demasiado humana, perdeu a medida que lhe permitia ainda manter um contacto com a "Terra" e com qualquer finalidade humana.
Mas Einstein ainda se inspirou nessa justiça na sua procura duma harmonia no universo.
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