segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

A INTELIGÊNCIA DA SITUAÇÃO



"Quando o conde de Artois e a rainha, que queriam mandar representar o Fígaro, lhe leram a peça, ele apenas disse, como objecção sem resposta: "Então seria preciso suprimir a Bastilha!"

"História da Revolução Francesa" (Jules Michelet)


Ele era Luís XVI, de quem "os cortesãos troçam amargamente da sua rudeza, das suas patadas".

Mas é no espírito desse homem que os símbolos contrários, de realidades aparentemente sem ligação entre si, produzem essa chispa de inteligência.

A espirituosa peça de Beaumarchais e a prisão mais célebre de Paris.

Maria Antonieta e o irmão do rei (o futuro Luís XVIII), levados pelo espírito da moda, nesse "flirt" com a "filosofia", desafiam a nobreza dos privilégios que fez deles o que são.

A situação da inteligência leva a melhor sobre a inteligência da situação.

No domínio da política, não há proporção que não possa facilmente tornar-se em desproporção e vice-versa.

Uma tirada no palco não se pode medir com as pedras e os ferros da Bastilha. E, no entanto...

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