O filme de Mel Gibson não nos pode surpreender, depois de termos visto "A Paixão de Cristo".
A mesma demonstração nauseante da presença do mal, através da tortura e do massacre do corpo.
Continuamos no caminho ensanguentado para o Gólgota.
Desta vez, é o "bom selvagem" que é preso e "crucificado" pelos cruéis maias construtores das pirâmides, por cujas rampas são lançadas as cabeças das vítimas dos sacrifícios.
No final, a visão das caravelas na praia, que põe fim a uma perseguição que ocupa metade do filme, podia ler-se como uma réplica optimista do epílogo do "Planeta dos Macacos" (1968-Franklin Schaffner). Aqui, a estátua da Liberdade, meio enterrada na areia, era o que restava da civilização destruída pela loucura dos homens. Em "Apocalypto", os mosquetes espanhóis podiam trazer a razão a um mundo violento e em processo de auto-destruição.
Mas isso não nos é permitido pelo que conhecemos do pessimismo iluminado de Gibson.
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