Jules Lagneau (1851/1894)
"Os mitos religiosos e a própria dialéctica abstracta não fazem mais do que traduzir uma recusa de querer conforme o mundo. Porque é profundamente verdadeiro que o mundo basta; e nisso Lucrécio está no caminho da salvação, mas é verdade também que é preciso procurar o mundo."
Alain (Comentários sobre "Charmes", de Paul Valéry)
Assim, seguindo nisso o seu mestre Lagneau, o filósofo diz-nos que o mundo afinal não basta: "(...) um pensamento como esse, provado e suficiente, objecto suficiente, já não seria um pensamento."
Escolher não ser é cair no sono e no mecanismo, que é uma tentação de todos os momentos. Mas escolhe-se realmente esse movimento para baixo, ou isso é mais um aspecto da luta com a necessidade, em que nossa vontade representa a parte mais fraca?
Mas Lagneau diz-nos, e bem, que nem o mundo temos, se descermos.
Por isso, não são apenas os heróis que se procuram manter de pé, mas qualquer um de nós, e sempre. E isso é pensar.
"Être ou ne pas être, soi et toutes choses, il faut choisir."
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