"No que respeita à sua medida pela régua, a igualdade de estatuto entre o lado e a sua diagonal fazem-me irresistivelmente pensar nessa frase de um matemático pelo qual tenho uma profunda admiração, Henri Lebesgue: "Uma medida geométrica começa fisicamente e só acaba metafisicamente.""
"Si 7=0, Quelles mathématiques pour l'école?" (Stella Baruk)
Mais adiante, e a propósito do teorema de Pitágoras, em que se demonstra que se "enchermos" de um líquido o quadrado cujo lado fosse a hipotenusa de um triângulo rectângulo e o "entornássemos" nos quadrados formados pelos dois catetos, ficariam sempre algumas gotas: "estas gotas epistemológicas poderiam chamar a atenção para o facto do mundo que nos rodeia não ser matemático. E o quantitativo tampouco."
Segundo a autora, o melhor serviço a prestar às jovens inteligências seria então explicar a diferença entre o "quantitativo quotidiano" que é aproximativo e a "teoria das idealidades matemáticas."
Mas, supondo que a nossa inteligência é imanente ao universo e não pode deixar de lhe corresponder, ao encontro, aliás, da teoria platónica das ideias, de onde vem esse desajuste entre a matemática e o mundo?
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