Antoine Lavoisier (1743/1794)
"As pessoas que sentem orgulho em serem práticas incomodam-me tanto quanto aquelas que têm orgulho em não o serem. Ambas podem sofrer de falta de visão."
Ian Stewart ("Cartas a Uma Jovem Matemática")
A mim sempre me pareceu que os orgulhosamente práticos simplificam demasiado apenas por preguiça intelectual.
Por não gostar de viver num mundo "plano" e por pensar que o critério da eficácia é perfeitamente compatível com a falta de realidade e com as ilusões da "tribo", para dizer como Bacon, tenho tendência para ter mais apreço pelos que parecem não ter "os pés assentes na terra", por estarem demasiado ocupados a sonhar ou com questões para as quais não se vê utilidade nenhuma.
Mas talvez se tenha de aplicar aqui uma versão modificada da fórmula de Lavoisier. Não há teorias úteis nem inúteis, só a prática pode ser uma coisa ou outra.
Para alguns, a escolástica da Idade Média foi um grande desperdício intelectual, mas esse longo período sem realizações técnicas pode tê-las preparado como o sono ou o subconsciente preparam as nossas melhores ideias.
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