sexta-feira, 2 de março de 2007

MULHERES DE ARMAS


Honoré Gabriel Riqueti, conde de Mirabeau

"Era segunda-feira; as Halles ficaram desertas, todas as mulheres partiram. "Traremos" dizem elas, "o padeiro e a padeira... e teremos o prazer de ouvir a nossa mãezinha Mirabeau."

"História da Revolução Francesa" (Jules Michelet)


Michelet fala com o coração das mulheres do povo. Do seu heroísmo, da sua compaixão.

Na extrema miséria, os homens "vão e vêm, procuram audaciosamente, dão tratos à imaginação e acabam por encontrar, pelo menos para esse dia." Mas elas que vivem "em grande parte fechadas" só encontram o pão do desespero.

E é das mulheres do mercado popular por não serem "as que mais sofrem com a miséria" que parte o movimento para trazer o rei de Versalhes.

O raciocínio é este: com o rei em Paris, não pode faltar o pão. Por isso lhe chamam o padeiro.

E quantos mundos não abraça aquela feminização do tribuno, de proverbial fealdade e que, por ironia, tergiversava com a corte!

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