terça-feira, 27 de março de 2007

A IDADE DE OIRO


Ésquilo (525/456 AC)

"Vemos o pequeno-burguês Diceópolis, sentado no teatro Dioniso já antes do nascer do sol, trincando com satisfação a sua cebola e falando ansiosamente consigo mesmo. Espera o aparecimento do novo coro de um certo dramaturgo frio e exagerado da moda, mas o seu coração suspira ardentemente pela tragédia de Ésquilo, agora fora de moda."

"Paidéia" (Werner Jaeger)


Trechos como este falam-nos de uma idade de oiro, em que os grandes poetas eram a maior influência espiritual.

Mesmo se aquele ateniense, sentado nos degraus do teatro, encontra nos novos tempos motivos para olhar o passado com saudade. "Os chefes, tanto democratas como aristocratas, tinham na boca as grandes palavras do seu partido, mas, na realidade, não era por um alto ideal que se batiam. Os únicos móveis da acção eram o poder, a ambição e o orgulho, e mesmo quando invocavam os antigos ideais políticos só se tratava de palavras." (ibidem)

E há toda a diferença do mundo entre a inspiração de um passado que nos transcende e cuja realidade depende de miraculosos indícios e a História documentada.

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