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"Com a arte moderna, já não há espectador privilegiado, a obra plástica deixa de ter que ser contemplada de um ponto de vista determinado, o observador dinamizou-se, é um ponto de referência móvel. A percepção estática exige de quem olha um percurso, uma deslocação imaginária ou real através da qual a obra é recomposta em função das referências e associações próprias do observador."
"A Era do Vazio" (Gilles Lipovetsky)
Mas não é à situação anterior à descoberta da perspectiva que se volta na pintura.
O sujeito triunfante impõe a partir do Renascimento a sua posição ao quadro. Até ali um anjo no céu podia ser maior do que uma figura do primeiro plano, os episódios da história sagrada podiam suceder-se num espaço múltiplo e sem hierarquia.
Mas a figura humana fosse ela distorcida por uma convenção, como no gótico ou no bizantino, ou obedecesse a um cânone mais realista era o limite da representação.
Este privilégio óptico foi completamente destronado pela fotografia, e é óbvio que ao ultrapassarmos os objectos e a figuração, não podemos conservar a perspectiva.
Não é coincidência se isto ocorre ao mesmo tempo que a psiquiatrização da consciência.
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