http://www.rics.org/NR/rdonlyres/
No "Público" de ontem, Rui Tavares escreve sobre as "Capacidades desperdiçadas" e cita um artigo do Chronicle of Higher Education. "(...) um "caçador de cabeças" explicava como não lhe interessava saber se a pessoa que procurava vinha de Gestão, Filosofia ou Física, mas antes saber se ela tinha adquirido as capacidades de raciocínio, disciplina mental, criatividade ou autonomia pretendidas. A conclusão de uma licenciatura ou, melhor ainda, de um mestrado ou doutoramento em qualquer área (e sublinhe-se este "em qualquer área") era um indício forte dessas capacidades. Para muitos trabalhos, a informação pragmática a dominar acaba por ser dada in loco e de forma relativamente rápida - mas as capacidades que já se trazem é que são inestimáveis."
Assim a educação pensada em função do mercado é um mito. Nunca a universidade poderá corresponder ao que o mercado espera dela. "Um curso demora anos a fazer e redireccionar a universidade para os cursos que o mercado deseja demora mais ainda. E nem sempre compensa, porque o mercado entretanto já mudou de ideias."
Por outro lado, a "capacidade de raciocínio, a disciplina mental, a criatividade ou a autonomia", que são a verdadeira chave do sucesso na maior parte das profissões, talvez sejam incompatíveis com uma mentalidade "especializada". Isto é tanto mais verdade, quanto mais rápida tiver de ser a adaptação às mudanças verificadas no ambiente económico e empresarial.
É isto que dá à ideia da universidade um novo fôlego, com a sua missão de formar o homem, não enquanto profissional apenas, mas o homem que sabe pensar e resolver problemas. E sabe-se pensar sem uma verdadeira cultura?
Mas aquilo que fará o sucesso na profissão e na vida deve ter sido preparado e desenvolvido desde muito cedo, cultivando o autodomínio físico e mental e o valor do esforço.
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