Michael Walzer
"O autor vai mais longe: os princípios de justiça são pluralistas na sua própria forma. A justiça é sempre relativa a significações sociais: "Uma dada sociedade é justa se a vida substancial é vivida duma maneira que seja fiel às compreensões partilhadas dos seus membros." Walzer leva mais adiante este argumento comunitário, tomando como exemplo a distribuição desigual do grão numa aldeia indiana, desigualdade que não tem, para ele, nada de injusto se os aldeões realmente aceitam as doutrinas que subjazem ao sistema de castas."
"Michael Walzer, le Chantre de la Troisième Voie" (Justine Lacroix)
Vem-me logo à ideia, ao ler esta passagem, a crítica de Gandhi ao sistema de castas.
É certo que a sua formação em Inglaterra o fez ver com outros olhos a tradição do seu país e que esta "ocidentalização" está em marcha e fatalmente despertará um juízo negativo, porque inconciliável, sobre as castas.
Mas longe de se poder colar a etiqueta de injustiça sem ter em conta o contexto histórico, é só da ruptura da "compreensão partilhada", para empregar a expressão de Walzer, que nascerá o sentimento da injustiça.
Haverá quem confunda a ocidentalização com um progresso absoluto da humanidade. Infelizmente, as atrocidades do século XX estão aí para moderar esse "zelo de hemisfério".
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