terça-feira, 4 de março de 2008

PENSAR MAL E MAL PENSAR




""O mal no pensamento consiste em se substituir ele mesmo à capacidade de resposta, a calcular antes de perceber, a não detectar a sua própria rigidez, as suas fixações, o poder que sobre ele têm imagens, heranças, letargias, as suas parcialidades: em resumo, a sua impaciência paralisante." Nietzsche, que neste ponto seguiu Emerson, diz que o filósofo vive em oposição ao dia de hoje."

Stanley Cavell (entrevista a Sandra Laugier)


Neste sentido, a impaciência e a "alienação" são o lote da grande maioria dos seres pensantes.

E a menos que a ideia do mal se pudesse aplicar à natureza e a uma condição que passou todos os testes da selecção darwinista, teríamos que restringir essa ideia à filosofia.

A parte das instituições e da cultura, da língua e dos saberes práticos, parte não consciente e não racional, que enforma o pensamento comum e responde, talvez, pelo mais importante na nossa capacidade de sobrevivência, é o que filósofo tem de começar por pôr em causa para que tenha sucesso a adaptação da espécie a um mundo cada vez mais complexo.

Então o mal podia estar numa divisão de tarefas disfuncional.

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