http://motspourmaux.perso.cegetel.net
"O indivíduo, encerrado no seu ghetto de mensagens, enfrenta doravante a sua condição mortal sem qualquer apoio "transcendente" (político, moral ou religioso). "O que verdadeiramente revolta contra a dor não é a dor em si, mas o sem-sentido da dor", dizia Nietzsche: passa-se com a morte e com a idade o mesmo que com a dor; é o seu sem-sentido contemporâneo que lhes exacerba o horror."
"A Era do Vazio" (Gilles Lipovetsky)
O sentido que hoje falta à dor e à morte é "anti-darwiniano". É uma fraqueza por que teríamos de pagar em termos de evolução, quando nos comparamos com culturas mais ricas de sentido.
Mas talvez que essa destruição de sentido e de perda de importância dos "valores superiores" seja compensada por um controlo social mais eficaz através da psicologização e daquilo a que o autor chama de narcisismo.
O sentido que a consciência e a afectividade reclamam podia ser então substituído pelo alfa e o ômega do indivíduo.
Ao mesmo tempo que se atinge o zero social, tudo o que atinge o narcisista recebe o pleno do sentido.
Neste ocaso do humanismo encontraremos na energia do cosmos as novas metáforas?
0 comentários:
Enviar um comentário