segunda-feira, 4 de junho de 2007

DEIXAR DE OUVIR


O Livro dos Mortos

"Entre várias expressões sublimes que o "Livro dos Mortos" egípcio coloca na boca do justo depois da morte, a mais tocante é talvez esta: - Eu nunca me tornei surdo às palavras justas e verdadeiras."

"L' Enracinement" (Simone Weil)


Não eu nunca fui injusto, mas eu nunca me tornei surdo.

A pior injustiça é a que se faz sem pensar, porque deixámos de ouvir o justo e o verdadeiro.

O sentido dessas palavras perde-se assim como se perde um órgão.

Podemos conservar a nossa inteligência, o nosso dinamismo social, mas com essa deficiência fundamental que é a falta de pensamento.

E pensar é pensar sem rede.

"Deste modo, o que o pensar tem de flutuante encontra-se elevado ao nível do próprio inexprimível que ele pretende exprimir; o não-objectivo torna-se objecto esboçado com essência própria e, nessa medida, mutilado." (Adorno: "Dialectique négative")

1 comentários:

bettips disse...

Aqui me sento e me sinto.