segunda-feira, 25 de junho de 2007

A DEFORMAÇÃO


Akhenaton (Amenhotep IV)



"A mensagem do Freud tardio seria, assim, a seguinte: em última instância, o inconsciente não desempenha um papel importante no destino dos homens. O que conta, verdadeiramente, é o incógnito que dissimula a fonte das ideias dominantes."

"Derrida, un Égyptien" (Peter Sloterdijk)


A tese é a de que a leitura da história bíblica de Moisés por Freud, no seu último ensaio, faz dessa figura um cripto-egípcio, transportando no êxodo do seu povo o monoteísmo recalcado de Akhenaton.

O êxito desse empreendimento depende da eficácia de uma deformação (Entstellung): "passa-se com a deformação de um texto o mesmo que num assassinato. O difícil não é executar o acto, mas eliminar os seus vestígios. Gostaríamos de emprestar à palavra Entstellung o duplo sentido que pode reivindicar, se bem que não se faça uso disso nos nossos dias. Ela não deveria apenas significar: mudar o aspecto de qualquer coisa, mas também: mudar qualquer coisa de lugar, deslocá-la para outro sítio."

(Sigmund Freud em "L'Homme Moïse" citado por Peter Sloterdijk)

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