Paul Celan (1920/1970)
"A morte é uma flor que só abre uma vez.
Mas quando abre, nada se abre com ela.
Abre sempre que quer, e fora de estação.
E vem, grande mariposa, adornando caules ondulantes.
Deixa-me ser o caule forte da sua alegria."
"A Morte é uma Flor" (Paul Celan)
A quem se dirige a prece final?
Do "roseau pensant" de Pascal, imagem da fragilidade humana, a este caule forte do voto de Celan, forte porque aceita a alegria que lhe é mais estranha.
A morte como órgão sexual do nada que desabrocha para o ser.
E este outro poema:
"No brilho da terra
pedir o sono
à virgindade do céu
ao lado."
Não o brilho que se deseja eternizar, sob um céu de olhos fechados, mas o brilho de que nos temos de defender pela inocência.
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