Sigmund Freud (1856/1939)
Pedro Afonso levanta uma questão muito interessante no "Público": "Onde estão os limites da educação sexual para as crianças?"
Para ele, "A grande questão é saber se as crianças conseguem entender e integrar no seu próprio saber a informação que alguns adultos academicamente defendem como a mais adequada. Com efeito, vulgarizou-se a ideia de que basta fornecer muitas informações científicas às crianças sobre sexualidade. Contudo, na maioria das vezes, essa informação é destituída de afectos, de um contexto emocional que compreenda um sentido de responsabilidade e de respeito pelo outro."
Ponho de lado o papel dos pais nessa educação que o articulista realça, e muito bem.
Se se procura adequar toda a matéria do ensino ao desenvolvimento intelectual, que espécie de dogma está por detrás desta noção de que a informação sobre o sexo convém em qualquer idade?
Em primeiro lugar, andará aqui o pressuposto de que a sexualidade está prisioneira de um tabu e de que é preciso "libertá-la", como um dos direitos fundamentais de todo o ser humano.
Assim, como quando entramos em qualquer agremiação, recebemos os estatutos com a importante secção dos direitos e deveres, quando vimos ao mundo é dever do Estado informar-nos cabalmente sobre a sexualidade.
Ora, esta concepção das coisas está equivocada, pelo menos desde que um tal Sigmund Freud trouxe "a peste ao novo mundo".
Ninguém precisa de incentivos nesse domínio e certamente não compete ao Estado simplificar os dados do problema nem queimar etapas, através dessa espécie de "educação", como não lhe compete forçar o crescimento natural para nos aproximarmos de um qualquer standard de estatura europeia.
Como diz Pedro Afonso, "num certo sentido, os programas de educação são "um abuso de confiança" à vida íntima das crianças".
1 comentários:
Obrigada pela tua passagem! Nem imaginava que me lesses...e fico feliz por Odrinhas! Quanto à questão da educação sexual, digo: se os próprios pais não sabem da sua própria educação sexual, como dá-la aos filhos? Será educar sexualmente como aprender a ler: o bêabá na escola, desde infantil, depois os livros, o jornal ou seja, um conhecimento mais profundo e sempre, com o acompanhamento dos pais ou adultos responsáveis. E responder ao que querem saber, sem tabus. Mas não podemos deixar as nossas crianças no limiar da estupidez: que são as notícias da televisão, as séries ou telenovelas, as revistas nos quiosques, enfim, aquelas notícias falsamente inocentes que lhes caem nos olhos... Abç
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