Marcel Duchamp por Man Ray
Na nova galeria do Solar, em Vila do Conde, os recantos do granito oferecem o espectáculo de alguns écrãs paranóicos num mundo que a noite de S. João deixou deserto. Com os aparelhos que passam e repassam as mesmas imagens e algumas fotografias, anunciadas por títulos como "Endless", "Back to zero", o conjunto dá ideia de uma máquina de movimento perpétuo.
Já não se quer significar nada senão que não há nada para significar. Tem-se a impressão acabrunhante duma exaustão das formas e dos conteúdos.
A arte póstuma reduz-se ao indicador, ao gesto que aponta, num espaço consagrado, um improvável sentido.
Todos os seus artefactos parecem apenas clones do urinol de Duchamp.
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