sexta-feira, 20 de julho de 2007

TUDO SOBRE O AMOR



"O problema imediato tem de ser necessariamente o de saber que tipo de actividade e de aspiração é que, deste elevado ponto de vista, merece o nome de eros. E ficamos atónitos, quando vemos esta pergunta receber uma resposta que não tem grandes pretensões moralizadoras ou metafísicas, mas que arranca inteiramente do processo natural do amor físico. É a aspiração a gerar no belo. A concepção habitual se equivoca em acreditar que esta aspiração a gerar se limita ao corpo, quando na realidade tem perfeita analogia na vida da alma."

"Paidéia" (Werner Jaeger)


Desta análise de "O Banquete", de Platão, ressalta um princípio já observado por Comte.

É o superior que explica o inferior. Eros só será reduzido ao Cupido duma certa comédia, se procurarmos a ideia do que representa ao seu nível, que é o nível da sensualidade e do amor romântico.

Mas não é verdade que qualquer ideia do homem que reconheça o problema do ser procurará explicar todos os anseios humanos e o próprio amor físico à luz desse problema?

Temos aí, talvez, a fonte de ideias como a Harmonia e a Beleza, correlativas, no indivíduo, da sua radical dissonância e insuficiência.

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