Jacques Derrida (1930/2004)
"Nesse momento, vê-se que a aceitação intelectual, teórica, filosófica, ideal ou ideável da interpretação analítica não basta para levantar o recalcamento, quer dizer, segundo Freud, a fonte última da resistência. O que tem ainda de ser vencido, é a compulsão de repetição(...). Freud nomeia então uma quinta resistência a do superego que opõe a culpabilidade à cura: a necessidade de ser punido pode tornar-se intransigente, a confissão ou a interpretação podem deslizar na superfície ou à volta desta resistência."
"Résistances de la Psychanalyse" (Jacques Derrida)
Esta bem pode ser uma forma mais subtil de tautologia, a exemplo da virtude dormitiva do ópio.
A análise falha a cura, apesar de aparentemente compreendida a história e a origem do recalcamento. Mas os sintomas repetem-se, sem apelo nem agravo, pondo em causa a parte útil da teoria.
O passe de mágica está na palavra compulsão. Voltamos à estaca zero com um suposto novo conhecimento: de que tem de ser assim.
O recurso, em última instância, ao superego, não sendo relevante para a cura, vale, assim, apenas como mito explicativo.
0 comentários:
Enviar um comentário