"Qualquer
ciência social que não ensine que as construções sociais racionais são
impossíveis ignora totalmente os factos mais importantes da vida social e fecha
forçosamente os olhos às únicas leis sociais realmente válidas e realmente
importantes."
"A
Pobreza do Historicismo" (Karl Popper)
Essas leis seriam as leis do
desenvolvimento. Não podemos antecipar o desenvolvimento porque não podemos
prever o que é novo, muito menos numa sociedade euforicamente criativa como a
nossa.
Imagino (hipótese absurda, é claro) que
o ministro das Finanças poderia responder aos keynesianos e aos críticos à sua
esquerda que, precisamente, por não ignorar as leis do desenvolvimento social,
é que prevê uma saída para a crise que não é inteiramente racional e poderia
ainda perguntar quem, quanto ao futuro, se encontraria mais credenciado do que
ele próprio?
A moral da história é que serão os
factos do futuro, e só eles, a julgar a sua política.
Mas verificar-se-á, provavelmente,
este fenómeno curioso: o sucesso terá sido obtido apesar do modelo inadequado
(não racional?) e, mais uma vez, como acontece na história dos homens, todos os
actores em cena farão parte duma peça que não será aquela que julgavam
representar .
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