(projectglobalgeneration.com) |
"(...)
é preciso ser indulgente com a juventude, dizia-se ele, tornamo-nos alguém
completamente impossível quando nos limitamos a negá-la."
"O Homem
Sem Qualidades" (Robert Musil)
O pensamento é de Arnheim, o homem que
quer conciliar a cultura com o lucro. Na sua posição de homem extremamente
rico, isso parece-lhe possível, e até natural.
Não sei se a juventude, ao criar as
suas ideias, pode ser "pacífica" em relação ao adquirido pelas
gerações anteriores, nem se estas podem permitir-se não serem
"impossíveis", com uma
resistência que, essa, sim, parece natural.
Um dos problemas da nossa cultura é
que os velhos, até certo ponto, se renderam ao futuro, e cem anos de
"ética publicitária" aproximaram essa atitude da quase adulação dos
indecisos valores da juventude.
O confronto dos novos com o passado
faz parte do nosso processo de adaptação. Mas,
à medida que as mudanças se aceleram, graças ao efeito exponencial sobre
as nossas vidas da tecnologia e das comunicações, estamos perto da situação em
que os velhos são cada vez mais novos e os novos cada vez mais velhos.
E não se pode parar para pensar...
0 comentários:
Enviar um comentário