quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

DO ALFABETO À DÉCIMA QUINTA


"Bacantes" (Lovis Corinth)



"Com o alfabeto, os Gregos aprenderiam a viver os deuses no silêncio do espírito, não mais na presença plena e normal (...)"


"Les noces de Cadmos et Harmonie" (Roberto Calasso)




A Grécia de Cadmos e dos "dentes de dragão" está, talvez, na origem do milagre do "monólogo interior" (ou do "dois em um" de Arendt).

Mas a recente evolução, nas sociedades tecnologicamente desenvolvidas, vai ou não num sentido que se afasta do "alfabeto"?

É claro que a imagem ganhou, entretanto, um terreno que desafia tudo o que temos pensado até agora. Por outro lado, dos SMS aos correctores ortográficos, entrámos numa era em que a linguagem se aproxima cada vez mais duma sinalética, sem história, nem extensão conotativa.

E o halo da Grécia Antiga desaparece rapidamente duma nação que parece preceder a Europa em todos os recuos da civilização ocidental.

A não ser que devamos  atribuir ao regime das bacantes o facto dum país falido ir já na sua décima quinta greve geral...

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