"Dr. Strangelove" (1964, Stanley Kubrick) |
Com esta glosa do filme de Kubrick, quero dizer o que toda a gente pressente. Que qualquer tendência levada ao exagero acaba por encontrar a tendência oposta.
O "Estranho Amor" é, na verdade, a forma da natureza equilibrar as coisas. A euforia do "cow-boy" cavalgando a bomba nuclear está a um passo de acontecer, porque à medida que a crise se vai estendendo a mais países (regressando à sua origem no "global" doutrinariamente desregulado), podemos esperar que as Parcas que tecem a desgraça vão deixar o triplo A no domínio da teoria e da retórica para votarem ao lixo o planeta inteiro.
Tal como Schumpeter dizia da produção que é um subproduto da obtenção de lucros, podemos hoje dizer que a crise é um subproduto da auto-avaliação do sistema especulativo a que, como tantos outros adoradores do Bezerro de Oiro, obedecem as elites que governam o mundo.
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