quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O EUCALIPTO




"(...) da mesma maneira que uma rapariga feia se torna bela quando já não se encontra só, mas que os outros pegando-lhe na mão a levam para uma roda, e que o seu rosto, elevando-se,  como que constrói uma escada do alto da qual, outros rostos já contemplam."

"O Homem Sem Qualidades" (Robert Musil)



Neste exemplo, o que é objectivo é a moral. E isso é assim quando o sentimento é partilhado e nos transforma pelo exterior, como quando não podemos deixar de estar de acordo com alguém.

A beleza seria, assim, uma outra necessidade, diferente da necessidade da lógica, mas não menos imperiosa.

Simone Weil, no seu "radicalismo", chega a pensar que é possível encontrar uma equivalência entre a força da oração e a graça obtida. "Deus não responde com pedras a quem pede pão".

Em tempos de descrença, não podemos esperar mais do que aquilo em que acreditamos. O Crédito, que é agora o rei do planeta, fez tudo para espalhar a descrença geral.

Sem querer ser injusto para o eucalipto, ocorre-me pensar que o Crédito também secou tudo à sua volta.

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