"(...)
da mesma maneira que uma rapariga feia se torna bela quando já não se encontra
só, mas que os outros pegando-lhe na mão a levam para uma roda, e que o seu
rosto, elevando-se, como que constrói
uma escada do alto da qual, outros rostos já contemplam."
"O Homem
Sem Qualidades" (Robert Musil)
Neste exemplo, o que é objectivo é a
moral. E isso é assim quando o sentimento é partilhado e nos transforma pelo
exterior, como quando não podemos deixar de estar de acordo com alguém.
A beleza seria, assim, uma outra
necessidade, diferente da necessidade da lógica, mas não menos imperiosa.
Simone Weil, no seu
"radicalismo", chega a pensar que é possível encontrar uma
equivalência entre a força da oração e a graça obtida. "Deus não responde com pedras a quem pede pão".
Em tempos de descrença, não podemos
esperar mais do que aquilo em que acreditamos. O Crédito, que é agora o rei do
planeta, fez tudo para espalhar a descrença geral.
Sem querer ser injusto para o
eucalipto, ocorre-me pensar que o Crédito também secou tudo à sua volta.
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