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O antigo primeiro-ministro disse, para alguns alunos de "Science Po", em Poitiers, o que o keynesianismo "vulgar"costuma dizer sobre a dívida dos países.
Teve, porém, a imprudência de se expressar como um simples particular, sem a contenção e a solenidade duma declaração política no parlamento ou diante das câmaras da televisão. Porque um político não pode utilizar o paradoxo e, muito menos, provocar o escândalo com liberdades "poéticas".
Ao dizer, por outras palavras, que se as dívidas fossem todas pagas, a economia e o sistema financeiro deixavam de funcionar, disse uma banalidade. Mas foi um pouco mais longe na imagem (que não na lógica), porque se sentia na penumbra duma sala de aula a falar em nome pessoal, ao dizer que as dívidas são eternas.
Foi o suficiente para se ouvir o coro dos hipócritas ao serviço da ideologia económica dominante, gritar contra a pretensa enormidade.
Ninguém se lembrou de perguntar se é legítimo continuar por meios destes a política do bode expiatório. Ao ler a caixa de comentários do "Público", não se pode deixar de pensar que Sócrates continua a ser um homem perigoso, onde quer que se encontre e diga o que disser e para quem o disser.
Ora esse é um sinal de que há homem em política.
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