Leónidas Brejnev (1906/1982) |
“Tal
como em França em 1793, onde as secções e os distritos foram burocratizados
pela divisão de funções e a lassitude dos seccionistas, assim a maioria dos
militantes bolcheviques se tornou escrava do Estado Soviético por causa dum
emprego. Neste período de desemprego e privação, o cartão de membro do Partido
valia tanto como a segurança social. A selecção na base da fidelidade e da
capacidade deu lugar à promoção do carreirista.”
“Staline” (Boris Souvarine)
Nenhuma destas
dificuldades podia ser inesperada para as cabeças do partido, e em “cada Congresso e em cada conferência, as
mesmas frases, nunca traduzidas em factos, eram usadas para acalmar o mesmo
descontentamento.” O que começa, para muitos, no entusiasmo, com o tempo e
o cansaço acaba por parecer mais um embuste para sacrificar os mesmos de
sempre. “A ‘grande iniciativa’, saudada
por Lenine, do trabalho voluntário aos sábados, rapidamente degenerou em
trabalho compulsivo e admitiu-se ser uma ilusão.”
Os primeiros anos da
Revolução trouxeram, assim, a desorganização e a porção de caos que um corte
com o passado sempre engendra. Na altura, os bolcheviques não podiam saber a
que espécie de atrocidades deveriam mais tarde recorrer para assegurar o
controle das coisas. Era uma ilusão que hoje já não nos podemos permitir.
Tiveram que
aperfeiçoar a máquina do Estado nas suas funções mais repressivas. Pelo
caminho, perderam o espírito dos “fundadores”, obrigados que foram a justificar
os crimes com uma ideologia revista para o efeito.
Naturalmente, os
carreiristas chegaram aos postos de comando e limitaram-se a partir daí a gerir
um “status quo” que os privilegiava. Brejnev, que tanto gostava de carros de desporto, limitava-se a “travar às quatro rodas”, impedindo
qualquer mudança…
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