“Em
oposição a este procedimento (a argumentação jurídica), encontramos a
publicidade, a qual, apesar de não ser forçosamente desprovida de argumentos,
se dedica a apresentar uma resposta como evidente para um problema subjacente
que faz desaparecer, uma vez que ela é a resposta.”
“Principia
Rhetorica” (Michel Meyer)
Somos convencidos
pela argumentação jurídica porque ela se deduz a partir da lei ou dos códigos,
sendo, portanto, uma questão de lógica, mas “aceitamos” as respostas da
publicidade como parte de um jogo implícito. Não somos convencidos pela sua
auto-proclamada evidência, embora, apesar disso, sejamos afectados por ela,
pois a podemos considerar como a melhor resposta que se oferece.
A marca mais
conhecida ganhou um estatuto no nosso mundo, parecido com a familiaridade. As
marcas e a publicidade tornaram-se, assim, um ambiente que nos faz sentir “em
casa”. Mas ao contrário da natureza, trata-se dum ambiente manipulado que,
realmente, faz parte duma teia de interesses que devia oferecer tanta confiança
quanto um sistema de semáforos avariado.
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