quarta-feira, 3 de agosto de 2011

AS MARCAS



“Em oposição a este procedimento (a argumentação jurídica), encontramos a publicidade, a qual, apesar de não ser forçosamente desprovida de argumentos, se dedica a apresentar uma resposta como evidente para um problema subjacente que faz desaparecer, uma vez que ela é a resposta.”

“Principia Rhetorica” (Michel Meyer)




Somos convencidos pela argumentação jurídica porque ela se deduz a partir da lei ou dos códigos, sendo, portanto, uma questão de lógica, mas “aceitamos” as respostas da publicidade como parte de um jogo implícito. Não somos convencidos pela sua auto-proclamada evidência, embora, apesar disso, sejamos afectados por ela, pois a podemos considerar como a melhor resposta que se oferece.

A marca mais conhecida ganhou um estatuto no nosso mundo, parecido com a familiaridade. As marcas e a publicidade tornaram-se, assim, um ambiente que nos faz sentir “em casa”. Mas ao contrário da natureza, trata-se dum ambiente manipulado que, realmente, faz parte duma teia de interesses que devia oferecer tanta confiança quanto um sistema de semáforos avariado.

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