“A
tentação é grande, tanto para uma comunidade como para os indivíduos, de aderir,
então, a uma ideologia onde tudo parece funcionar naturalmente, onde toda a
questão se resolva numa prévia resposta, justa ou falsa, o que releva ainda da
retórica.”
“Principia
Rhetorica” (Michel Meyers)
Podemos chegar a
esquecer que as respostas não são “definitivas e universais” em relação aos
problemas mais importantes. Meyer chama de “recalcamento
problematológico” a essa naturalização das respostas.
Mas a História
acorda-nos desse “esquecimento” ao lançar a dúvida sobre as nossas certezas
mais seguras. “Alguns continuarão a
aderir a respostas que já não o são, enquanto que outros as porão em causa. É
essa a origem da dialéctica, da argumentação enquanto contestação de respostas,
de ‘teses’” (ibidem)
É preciso, pois, que
o problemático se torne consciente para que a discussão tenha lugar e a
retórica se torne necessária.
As respostas, assim,
cada vez mais, são outra coisa que resposta, estão na vez da resposta. São
metáforas. Meyer: “A metaforização é a própria forma da historicidade, e o seu
realismo é disso o ocultamento.”
Por este ângulo, a
publicidade é mais “honesta” do que a política…
0 comentários:
Enviar um comentário