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“(…) e os gráficos
são excelentes, mas a vida não.”
“Uma Viagem à
Índia” (Gonçalo Tavares)
Tudo o que funciona
tem uma sedução especial. E os modelos funcionam, envolvem grande aplicação e
invulgar inteligência e conhecimento especializado.
Um modelo matemático
tem a sua beleza própria, e pode imaginar-se o seu movimento perpétuo de
simulações do real, tal como uma espécie de órgão inútil, mas perfeito. Os
gráficos seriam, assim, uma parte (não reconhecida) da estética.
O problema é que a
mente humana tem horror à abstenção. Se funciona, e à falta de melhor,
aplica-se o modelo. Ora, a pior forma de cegueira é a sistemática.
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