terça-feira, 9 de agosto de 2011

IDOLATRIA DA NATUREZA

Basílica de S. Clemente, em Roma


"Clemente de Alexandria (150/215 AD) acreditava que a ideia filosófica de um cosmos eterno era idólatra, porque apresentava a natureza como um segundo deus co-eterno."

“The case for God” (Karen Armstrong)


                            
A primeira ideia de universo deve ter sido o território. Só depois se pensou no próprio planeta e no céu, para além de cenário. A ideia mais abstracta foi necessária desde o princípio para fazer a "soma" de todas as coisas, mas estava ainda longe de implicar o eterno e o infinito, conceitos que desafiam todo o realismo ingénuo. Deus suprimiu a necessidade de pensar ambos os conceitos. Tudo começa e acaba no Criador.

Para S. Clemente, era uma usurpação pela natureza dos atributos de Deus  concebê-la como eterna. Ou então era a ideia de Deus que deixava de ser necessária.

Se bem que a transcendência não fosse resolvida, passava a ser uma fronteira amovível. O conhecimento do todo parece assim possível com a condição de ser adiado… eternamente.



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