Basílica de S. Clemente, em Roma |
"Clemente
de Alexandria (150/215 AD) acreditava que a ideia filosófica de um cosmos
eterno era idólatra, porque apresentava a natureza como um segundo deus co-eterno."
“The case for God” (Karen Armstrong)
A primeira ideia de universo deve ter
sido o território. Só depois se pensou no próprio planeta e no céu, para além
de cenário. A ideia mais abstracta foi necessária desde o princípio para fazer
a "soma" de todas as coisas, mas estava ainda longe de implicar o
eterno e o infinito, conceitos que desafiam todo o realismo ingénuo. Deus
suprimiu a necessidade de pensar ambos os conceitos. Tudo começa e acaba no
Criador.
Para S. Clemente, era uma usurpação
pela natureza dos atributos de Deus
concebê-la como eterna. Ou então era a ideia de Deus que deixava de ser
necessária.
Se bem que a transcendência não fosse
resolvida, passava a ser uma fronteira amovível. O conhecimento do todo parece
assim possível com a condição de ser adiado… eternamente.
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