quinta-feira, 12 de maio de 2011

A VENDEIA

"Bataille du Mans, 1793"



“Camaradas, entramos num país insurrecto. Dou-vos ordem de pegar fogo a tudo o que seja susceptível de ser queimado e de passar a fio de baioneta todos os habitantes que encontrardes. Sei que devem existir alguns patriotas na região; tanto faz, devemos sacrificá-los a todos.”

(Turreau, general-em-chefe do exército do Oeste, na Vendeia – Arquivos históricos do exército, citação de Reynald Secher)


A Vendeia é o “genocídio arménio” da França. Mas porque põe em causa o mito fundador da Revolução burguesa (como dizia Marx), quando for plenamente reconhecido pelo Estado, a Revolução mudará de sinal e um novo mito terá de surgir.

A história está repleta de massacres e o Antigo Testamento tem os seus, que já não causam problemas de consciência a ninguém. Mas, na ordem de Turreau, há um novo rigor. Ele sabe que vão ser exterminados verdadeiros jacobinos, heróis que enfrentaram o ambiente hostil da sua província e que tudo deram à sua “nova pátria”, uma pátria “expurgada” da aristocracia. Apesar disso, inclui-os na matança, sem qualquer hesitação. Realmente não tem que pensar. Turreau, nesse momento, é um silogismo revolucionário. Não tem à frente o horror que as suas palavras vão causar, mas uma página gloriosa da História.

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