"Bataille du Mans, 1793" |
“Camaradas,
entramos num país insurrecto. Dou-vos ordem de pegar fogo a tudo o que seja
susceptível de ser queimado e de passar a fio de baioneta todos os habitantes
que encontrardes. Sei que devem existir alguns patriotas na região; tanto faz,
devemos sacrificá-los a todos.”
(Turreau,
general-em-chefe do exército do Oeste, na Vendeia – Arquivos históricos do
exército, citação de Reynald Secher)
A Vendeia é o “genocídio
arménio” da França. Mas porque põe em causa o mito fundador da Revolução
burguesa (como dizia Marx), quando for plenamente reconhecido pelo Estado, a
Revolução mudará de sinal e um novo mito terá de surgir.
A história está repleta
de massacres e o Antigo Testamento tem os seus, que já não causam problemas de
consciência a ninguém. Mas, na ordem de Turreau, há um novo rigor. Ele sabe que
vão ser exterminados verdadeiros jacobinos, heróis que enfrentaram o ambiente
hostil da sua província e que tudo deram à sua “nova pátria”, uma pátria “expurgada”
da aristocracia. Apesar disso, inclui-os na matança, sem qualquer hesitação.
Realmente não tem que pensar. Turreau, nesse momento, é um silogismo
revolucionário. Não tem à frente o horror que as suas palavras vão causar, mas
uma página gloriosa da História.
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