“Descartes
sempre repetiu que a alma não está alojada como um piloto no seu navio vendo
com os olhos do espírito o que acontece ao corpo. Ela é, pelo contrário,
verdadeiramente afectada por uma força que ela é, por um lado, incapaz de
conceber, mas que por outro é a origem de todas as nossas representações.”
“Benoît
Timmermans, citando Bernard Lamy (1640/1715)”
Aqui está um outro
Descartes que claramente impugna o processo que lhe moveu António Damásio num livro
que teve algum êxito entre nós.
Claro que a tese do
nosso neurocientista, no que é realmente importante, não perde validade por ter
sido atribuído um erro ao “Príncipe dos Filósofos”, como lhe chamava Émile
Chartier. Digamos que é apenas a parte retórica daquela tese que está em causa.
Com o desafio a Descartes, é como se Damâsio se tivesse medido com ele, “culpando-o”
por não ter nascido no século XX.
Mas René Descartes
era um homem estranho. Duma grande coragem física e intelectual. Basta conhecer um pouco a sua
vida de soldado para descobrir de onde lhe vem a passado irresistível do seu
raciocínio. Ao mesmo tempo acreditava em sonhos e chegou a fazer uma
peregrinação à Senhora do Loreto.
0 comentários:
Enviar um comentário