quinta-feira, 26 de maio de 2011

DESJUDAÍZAÇÃO

Hitler na igreja



“O processo de descristianização começado em França com a Revolução torna-se também o da desjudaízação progressiva, com a única diferença de que a outorga de certos direitos de que os judeus tinham sido privados depois de alguns séculos de perseguição e de provocações torna-o mais aceitável e, por isso, mais rápido.”

“Os judeus e a Revolução Francesa”  (Michaël Bar Zvi)



O mundo desenvolve-se a partir duma origem física ou metafísica, com avanços e recuos, mas sempre se afastando do passado, como o homem se afasta, segundo Darwin, do seu antepassado simiesco?  Nessa concepção, mesmo as crises profundas, como o foram as provocadas pela “engenharia social” do século XX, desde o III Reich, ao Gulag e ao Cambodja, poderão fortalecer-nos no caminho do progresso, a exemplo duma doença grave que conseguimos vencer e que, por isso, nos faz mais fortes.

Ou o mundo resulta duma “fractura” e “está ordenado segundo a metáfora do palácio dos vasos partidos, retomada pela Cabala"? Isto é, o mundo é fundamentalmente imperfeito e “a expectativa da vinda do Messias não é concebida como uma aspiração à perfeição, mas como uma reparação.”

A Revolução Francesa ofereceu a igualdade e a completa assimilação aos judeus com a ideia do homem saída do “Iluminismo”. Em troca, os judeus esqueceriam a tradição do Livro, a ideia de um destino, duma missão ou duma promessa.

É interessante verificar que tendo tantos judeus sucumbido à ideia de que a vocação do homem sobre a terra é a de “procurar encontrar a felicidade ou gozar os prazeres da vida” nunca tivessem de todo perdido o sentimento de fazerem parte dum povo que não era o oficial. Alguns, explicitamente, como Einstein. Outros, como Simone Weil, fazendo da negação disso o seu suplemento de alma.

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