segunda-feira, 11 de abril de 2011

A SÍNDROME DE LAMPEDUSA




“São traduzidos anualmente mais livros para grego, uma língua falada por 10 milhões de pessoas, do que para a língua árabe falada por 220 milhões.”

(Anna Applebaum, no “Washington Post”, citada por Teresa de Sousa)



Será o número de livros traduzidos um bom indício do “isolamento” das teocracias do Médio Oriente?

O não conhecimento do Outro é fundamental a esses regimes e decerto que isso é um bom indício duma atitude defensiva e armada ideologicamente contra o exterior. Mas a comunicação entre as culturas, nos nossos tempos, está longe de se cingir ao escrito.

Como se vem assistindo naquela região, a comunicação mediática teve resultados explosivos. Não, infelizmente, a comunicação de ideias, nem sequer a da linguagem básica do moderno “esperanto” internacional, mas a das imagens. Essa característica delimitará o alcance das transformações e seríamos ingénuos se esperássemos que dali poderia surgir um embrião democrático.

As imagens não fazem nem boas nem más elites. Agregam entusiasmos, suficientes para derrubar um regime mas que só poderão criar ilusões como as que enchem os barcos que chegam a Lampedusa. E isso é uma ideia ou a prova do vazio?  

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