“Chi
è quel grande, che non par che curi l’incendio?”
“A Divina
Comédia” (Dante)
Por certo, um
economista. Eles sabem o caminho por onde vamos e o fim que nos espera. Já
foram muitas as vezes que nos anunciaram o que aí vinha e que alertaram o
governo, que fez orelhas de surdo.
Mas o espectáculo que
essas vozes críticas nos oferecem quando passam da oposição ou da “cátedra” para
o governo é-nos por de mais familiar, porque eles, lá chegados, só sabem fazer
o que os outros fizeram até ali.
O governo, entre nós,
mesmo o mais bem intencionado, administra a crise, a pressão dos interesses
instalados e dos grupos mais organizados ( os quais, por exemplo na CP, com o
seu cíclico programa de greves até se pode dizer que co-governam). Foi assim
que a dívida cresceu o dobro do que cresceu o PIB. Os administradores não têm
tempo nem fôlego para mais, por muito exorcismo que praticam os que estão de
fora.
Governar é cortar um
nó a seguir a outro, sem pensar naqueles a quem se devem os cargos. Será,
então, possível ir tão longe contra o que parece o espírito da democracia?
Mas a nossa liberdade
não é sempre escolher entre uma coisa boa e uma coisa má. Muitas vezes o dilema
é entre duas coisas desigualmente más.
Por não se ter ido
contra a lei da demagogia, vamos ter de violar mais seriamente a democracia,
entregando-a a uma tirania externa ordenada pelos donos do casino que nos
trouxe até aqui.
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