Thomas Carlyle (1795/1881) |
“Sempre
que Carlyle, na sua vida e no seu trabalho posteriores, pregava este novo
evangelho do ‘Eterno Sim’ (Everlasting Yea), nunca se esquecia de mencionar o
nome de Goethe. Sem este grande exemplo, declarava, não poderia ter encontrado
o seu próprio caminho. O ‘Wilhelm Meister’ de Goethe havia-o convencido de que ‘a
dúvida, de qualquer espécie, só pode terminar através da acção’. Acção e não
pensamento especulativo, ética e não metafísica são o único meio de superar a
dúvida e a negação.”
“The Myth of the State” (Ernst Cassirer)
A acção parece fechar
caminhos, porque quando, na encruzilhada, se escolhe um, os outros são
abandonados ao “que poderia ter sido”. Mas é para abrir outros caminhos em
novas encruzilhadas, e a primeira decisão nunca é suficiente. Claro que a acção
termina a indecisão com um decreto que suspende todas as indagações.
É por isso que o
observador, pela ilusão de tudo está ainda em aberto, quando não se começa
nada, ou o que escolheu outro caminho, por ter encontrado uma paisagem
diferente, não podem ser bons juízes.
Por outro lado, querer
“saber tudo” tem o efeito paradoxal de paralisar a justiça, e esta só se exerce
“mostrando o posto”. Nunca se viu um juiz que pudesse prescindir de se rodear
dos símbolos do poder para exercer a sua função. Há um abismo entre o tribunal
e o espírito da justiça, e não pode ser de outra maneira.
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