(Isócrates, 436–338 AC) |
“Porque
vocês sabem todos que se Cittus falasse contra o seu patrão, provavelmente
sofreria, às mãos dele, para o resto da vida e da forma mais cruel, mas que se se
mantivesse nas suas negações, ficaria livre e receberia uma parte do dinheiro
que o seu patrão me tinha tomado.”
“Trapeziticus”
(Isócrates)
O escravo devia ser
chicoteado e torturado até que os juízes se convencessem de que ele dizia a
verdade. Perguntava-se (a palavra question (do latim quaestio),
é a mesma, em francês, para perguntar e torturar) ao corpo supliciado e este
respondia com a verdade.
Por isso é que “A recusa de um patrão acusado em submeter o
seu escravo à tortura para testemunhar era usada por um adversário como
praticamente uma confissão de culpa.” (nota de George Norlin in “Trapeziticus”)
Este costume parece
indicar que se presumia sempre que aquilo a que hoje chamaríamos de sentimento
de classe não daria qualquer motivo ao escravo para sofrer pelo seu patrão,
para lá do estritamente necessário (porque tinha sempre que convencer o júri, à
custa do seu corpo).
Este é o exemplo mais
claro possível do que significava ser destituído da cidadania. A um cidadão
podia-se pedir um juramento sobre os deuses ou a sua honra. O escravo estava
fora de qualquer contrato e não se esperava dele qualquer lealdade.
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