“perder o nexo que liga as coisas porque há só uma
coisa
dada por indícios.”
“Etc”
(Herberto Helder)
O nosso cérebro é um
cartógrafo. Se perdesse os nomes, não saberia de que terra era. Construímos,
desde que nascemos, uma teia de relações espaciais que se tornou invisível por
fazer já parte de nós mesmos.
Mas de outras
latitudes e dos poetas, chegam-nos às vezes notícias do caos, porque o que
conhecemos é a ordem, sem a qual julgamos não poder viver.
Essa “uma só coisa”
parmenidiana é, porém, ainda, ordem. É um mundo em que não precisamos de nos
deslocar e em que não corremos o risco de nos ferirmos nas suas arestas.
O órgão predominante,
aí, é o coração e a sua medida do tempo. Esse órgão é o nosso luxo mais
querido, porque só depois de sermos geómetras podemos ser corações.
0 comentários:
Enviar um comentário