"Ecce Homo" (Antonio Ciseri) |
“Si non esset hic
malefactor, non tibi tradissemus eum.”
(Evangelho de S. João)
De Anás para Caifás e
deste para Pilatos. Pilatos pergunta de que é acusado Jesus, e os que o trazem,
em vez de responder direito, empregam um sofisma: “Se não fosse malfeitor, não to entregaríamos.”
Os judeus não são,
oficialmente, o poder, mas com esta resposta ao lado mostram que têm o poder de
julgar e, de facto, de condenar à morte.
Pilatos resigna-se a “lavar as mãos” quanto ao assunto.
Toda a prepotência do
mundo está contida naquela “razão” implícita. O prisioneiro é culpado, e a
prova é que é levado ao tribunal-fantoche. Desde a fogueira que queimou Joana D’Arc
aos processos de Moscovo dos anos trinta, ou ao internamento psiquiátrico dos
dissidentes na mesma URSS, a lógica é a mesma: a “Pucelle” é condenada como
feiticeira porque a Inquisição e os Ingleses a julgam, e já estão fora da
História ou da Razão os que se apresentam diante dos zeladores da linha do
partido.
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