segunda-feira, 28 de março de 2011

MILAGRES




“Os milagres só acontecem àqueles que acreditam neles.”

(Bernard Berenson)



Todos começamos por acreditar neles, porque a Física das crianças é algo de maravilhoso e só faz sentido se os milagres acontecerem.

Um dos maiores sábios da Antiguidade (Tales) dizia que “tudo está cheio de deuses.” E acreditava tanto neles que se dispensava de olhar para onde punha os pés.

O que se aproxima, em nós, dessa ingenuidade é o que às vezes se chama de “abertura de espírito”. Mas mesmo um espírito “aberto” não pode furtar-se ao domínio da Torre do Saber Acumulado. É como diante de alguns espectáculos de prestidigitação, tão incríveis que desafiam a imaginação. Não sabemos como é que se faz, mas pressupomos sempre que se trata dum truque. Não há milagre (de resto os milagres não funcionam como os espectáculos, com hora de começo e fecho).

Portanto, acreditar em milagres não é fácil, mesmo que se queira muito. Porém, isso talvez não deva ser considerado uma superioridade da nossa civilização, mas antes um dos seus limites. Limitamo-nos para podermos ser mais previsíveis e controláveis.

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