“Os
milagres só acontecem àqueles que acreditam neles.”
(Bernard
Berenson)
Todos começamos por
acreditar neles, porque a Física das crianças é algo de maravilhoso e só faz
sentido se os milagres acontecerem.
Um dos maiores sábios
da Antiguidade (Tales) dizia que “tudo
está cheio de deuses.” E acreditava tanto neles que se dispensava de olhar
para onde punha os pés.
O que se aproxima, em
nós, dessa ingenuidade é o que às vezes se chama de “abertura de espírito”. Mas
mesmo um espírito “aberto” não pode furtar-se ao domínio da Torre do Saber
Acumulado. É como diante de alguns espectáculos de prestidigitação, tão incríveis
que desafiam a imaginação. Não sabemos como é que se faz, mas pressupomos sempre
que se trata dum truque. Não há milagre (de resto os milagres não funcionam
como os espectáculos, com hora de começo e fecho).
Portanto, acreditar
em milagres não é fácil, mesmo que se queira muito. Porém, isso talvez não deva
ser considerado uma superioridade da nossa civilização, mas antes um dos seus
limites. Limitamo-nos para podermos ser mais previsíveis e controláveis.
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