Fiama (1938/2007) |
“(…) porque há tanto tempo suspeito
de que a tua presença, agora insubstancial
não caberia nunca na memória.”
(Fiama Hasse
Pais Brandão)
Não poderíamos
aplicar aos vivos a mesma sabedoria porque há por de mais e demasiado evidentes
provas contra esse pensamento. Provas que, na verdade, provam demasiado.
O mundo que criamos
em conjunto, na palavra e na acção, é imperativo e urgente. O que não cabe nele
(o que na realidade somos) não nos serviria para a vida em comum.
Mas a suspeita do
poeta não pode privilegiar os mortos. Toda a ausência é já uma presença que “não
cabe na memória”. O mundo não deve impedir-nos de, em momentos, o olharmos como
uma coisa distante.
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