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Segundo uma sondagem
recente (New York Times de 22/3/2011), os americanos
têm uma percepção errada das desigualdades no seu país. Não invejam os ricos
porque pensam ter mais probabilidades do que as que realmente têm de se
tornarem eles próprios milionários. O mais interessante é que se fossem
convencidos de que, na realidade, 20% dos americanos possuem 84% da riqueza,
estariam de acordo em que essa percentagem da população não deveria possuir
mais do que 32%.
Parece evidente que
essa distorção da realidade não é mera ignorância e de que corresponde antes a
um “wishful thinking”
consentâneo com os grandes mitos americanos, como o do “self-made man”
ou o do individualismo pioneiro.
É por isso que aquilo
a que, na Europa, chamamos de esquerda, com a sua própria mitologia revolucionária
e a sua cultura do Estado, não existe nos EUA. O “sonho americano” sobrevive,
apesar de todos os desmentidos da realidade (a não ser que a sua força venha
desses mesmos desmentidos, porque o idealismo só medra onde a realidade não o
confirma) e acaba por ser uma “idiossincrasia” colectiva, favorável à
estabilidade política e ao tónus moral da nação.
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